PROTEICA: “Protesto, aprendizagem e mudança política” | 24 janeiro | 11h | Sala 2




No dia 24 de janeiro, pelas 11h, o LIFE Seminars contará com a participação de Raúl Álvarez Pérez, Professor na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Pablo de Olavide (Sevilha-Espanha).

Estudos recentes mostram que a aguda recessão económica sofrida no Sul da Europa acentuou a insatisfação dos cidadãos com o funcionamento da democracia e a desconfiança em relação às suas principais instituições (Torcal, 2014; Muro e Vidal, 2017). Outros estudos mostram que o apoio à democracia também aumentou ao mesmo tempo (Cordero e Simón, 2016). Do mesmo modo, os dados fornecidos pelas diferentes vagas do Inquérito Social Europeu (ESS) indicam que, neste contexto, tanto o interesse pela política como o envolvimento dos cidadãos através de várias actividades políticas não institucionalizadas têm aumentado. Por exemplo, de acordo com dados da ESS, a percentagem de pessoas interessadas na política duplicou entre 2002 e 2012 (para cerca de 40%).

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“Onde gastei, eu, hoje, o meu tempo?”

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Vanessa Cunha, ICS-ULisboa

Em plena crise pandémica, o meu relógio parou… o de pulso, o que anda sempre comigo para todo o lado. Parou às 7 horas e 10 minutos. Se da manhã ou da tarde, não sei (é um relógio analógico)… Mas ambos os horários são igualmente sugestivos, pois reenviam-me para a minha existência pré-COVID-19, para um tempo em que 7:10 era (mais coisa, menos coisa) a hora de acordar, com a ajuda do despertador, e em que 19:10 era (mais coisa, menos coisa) a hora de chegada do comboio, de regresso a casa, ao final de um dia de trabalho. Marcadores dos meus ritmos diários, há anos, muitos, apenas dispensados em fins-de-semana e em férias, tempos menos espartilhados por horários rígidos.

Quando o relógio parou fiquei apreensiva: “Logo agora, que está tudo fechado! Onde vou eu desencantar uma pilha?” É preciso dizer que gosto de usar relógio (é uma segunda pele, tal como os óculos) e sempre resisti a substituí-lo pelo versátil telemóvel, que entre tantas coisas que nos permite fazer, ver as horas é apenas uma delas. Não é, contudo, a mesma coisa, não está sempre à mão, ao subtil e natural(izado) rodar do pulso, e é tão dispersivo que não me transmite a segurança de que sou dona do meu tempo (cada qual com a sua mania…).

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O relógio da Vanessa

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Cuando el territorio es una herramienta para Trabajo Social: la organización de los cuidados en mayores dependientes en el entorno del hogar en Andalucía (España)

foto.pngMª Ángeles Minguela Recover é professora no Departamento de Derecho del Trabajo y de la Seguridad Social da Universidade de Cádiz e investigadora visitante no ICS-ULisboa.


La vinculación del Trabajo Social y su implicación con el territorio, y viceversa, se transforma en una unión casi indisoluble, desde la intervención profesional hasta la investigación. Entre los referentes que inspiran y justifican mi reflexión sobre la importancia de incorporar la perspectiva territorial a la investigación para trabajo social se encuentran principalmente:

En primer lugar, la precursora Octavia Hill (1838-1912) conocida como la gran reformadora de la política de la vivienda, con la implantación de un sistema de alquileres a bajo precio para familias trabajadoras en la zona Este de Londres (caracterizada porque gran parte de su población que vivía por debajo del umbral de la pobreza).

En segundo lugar, Mary E. Richmond (1861-1928), la referente fundacional de la profesión del trabajo social, en su obra el Diagnóstico Social (1917) dónde describe sistemáticamente el proceso de intervención, desde la recopilación de información personal y social, hasta la evaluación de la actuación profesional, en la que se incorpora y dimensiona dentro del análisis, la dimensión territorial entendida como entorno social habitual de la persona. Continuar a ler

Avaliação de ações para idosos e envelhecimento em serviços de atenção primária

nadia.pngNádia Placideli é gerontóloga, doutoranda da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, departamento de Saúde Coletiva, e doutoranda visitante no ICS-ULisboa.


 

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Como os serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) estão organizados quanto à oferta e implementação de ações na atenção à saúde da pessoa idosa e ao envelhecimento? Esta é a questão norteadora da minha pesquisa realizada em São Paulo (Brasil) e em Lisboa (Portugal), a qual teve como objetivo avaliar a qualidade da organização de ações à saúde da pessoa idosa e envelhecimento em serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) de uma Rede Regional de Atenção à Saúde (RRAS).

Foi desenvolvida pesquisa avaliativa, baseada na avaliação de 157 serviços de APS em quarenta e um municípios, compreendidos em uma Rede Regional de Atenção à Saúde, no centro-oeste do estado de São Paulo, a partir da aplicação do Questionário de Avaliação da Qualidade de Serviços de Aten­ção Básica (QualiAB), em 2014. Continuar a ler

A mutação demográfica em curso e o envelhecimento na sociedade brasileira: alguns indicadores

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Revalino António de Freitas – Professor da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás, e Investigador Visitante no ICS-ULisboa


Após décadas de pouca mobilidade, ao longo de quase todo o século XX, a estrutura etária da sociedade brasileira começou a ter uma forte mudança com consequências em todas as idades. Essa mutação, ainda inconclusa, permite apontar para uma nova reconfiguração, com a sociedade majoritariamente adulta e presença ascendente de pessoas idosas.

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Fonte: IBGE. Censos Demográficos. Adaptado pelo Autor.

No Brasil, os contornos que estabelecem a velhice são definidos social e juridicamente através de mudanças sociais em curso após a promulgação da Constituição Federal de 1988 e que são sintetizados no Estatuto do Idoso. Trata-se de um estatuto jurídico-normativo que sanciona a outorga de direitos, no caso em decorrência de uma política internacional orientada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que define como pessoa idosa que tem 60 anos ou mais. A partir do recorte temporal, uma ampla legislação é estabelecida, definindo que os direitos das pessoas idosas são de responsabilidade, pela ordem, da família, da comunidade, da sociedade e, por fim, do poder público. Continuar a ler

Envelhecimento em Lisboa, Portugal e Europa

pmf.pngPedro Moura Ferreira é Sociólogo, Investigador Auxiliar no ICS-ULisboa e Coordenador do Instituto do Envelhecimento


978-972-671-376-0-1

O livro Envelhecimento em Lisboa, Portugal e Europa: Uma perspetiva comparada, de Manuel Villaverde Cabral, Maria Toscano e Pedro Alcântara da Silva, recentemente editado pela Imprensa Ciências Sociais, dá conta de um estudo comparativo entre a população portuguesa sénior residente em Lisboa e a população da mesma faixa etária residente no conjunto de Portugal, assim como em três países europeus escolhidos para efeitos comparativos ─ Espanha, Suécia e República Checa. Com o fim de sustentar a reflexão e o debate sobre as políticas públicas em torno do envelhecimento, a investigação visou estabelecer o perfil sociodemográfico, atitudinal e comportamental da população sénior da cidade de Lisboa, tendo em consideração o enquadramento nacional e europeu.

O livro tem duas particularidades que devem ser ressaltadas.

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