No dia 28 de março, pelas 11h, o LIFE Seminars contará com a participação de Joana Mendonça e Ana Patrícia Hilário, do ICS-ULisboa.
Portugal apresenta uma das taxas de vacinação infantil mais elevada da Europa. Contudo, verifica-se um número crescente de movimentos anti-vacinação no país, a par da tendência global, o que poderá ter consequências severas para a saúde pública. Neste sentido, torna-se fulcral obter um conhecimento mais aprofundado acerca dos motivos subjacentes à hesitação vacinal infantil, os quais influenciam os pais a adiar ou mesmo recusar a vacinação dos seus filhos. A literatura neste domínio refere que os pais hesitantes procuram ter um papel ativo na gestão da saúde dos seus filhos e que preferem fazê-lo com base em componentes naturais ao invés de substâncias químicas comumente adoptadas pela medicina ocidental.
No dia 21 de março, pelas 11h, o LIFE Seminars contará com a participação de Marina García-Carmona, da Universidad de Granada (Espanha) e investigadora visitante no ICS-ULisboa.
En contextos de diversidad cultural, los directivos de los centros escolares afrontan numerosos retos en su práctica diaria como profesores, líderes y pedagogos. Estos líderes deben ir más allá de los debates sobre la “igualdad” y adoptar prácticas de “equidad”, que puedan abordar las necesidades cambiantes del alumnado. El propósito de este estudio es analizar las acciones emprendidas por los líderes educativos para mejorar la justicia social dentro de las escuelas multiculturales.
No dia 07 de março, pelas 11h, o LIFE Seminars contará com a participação de Leticia Fantinel, da Universidade Federal do Espírito Santo e de Janice Trajano, da Universidade Federal de Pelotas, Brasil, ambas investigadoras visitantes no HAS-Hub ICS.
Práticas organizativas e vulnerabilidades multiespécies, por Leticia Fantinel, da Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil
Desastres ligados a condições climáticas extremas têm sido cada vez mais comuns e assolam várias regiões do mundo. Em Portugal, são exemplos os incêndios rurais e florestais, cada vez mais agravados devido às profundas alterações sociodemográficas, económicas e ambientais ocorridas nas últimas décadas. Antigas áreas de produção rural dão origem a paisagens multiespécies que podem ser entendidas como ecologias do abandono (humano), as quais desafiam práticas de governança ambiental. Em meio a tais complexidades, vulnerabilidades de animais humanos e não-humanos são constantemente invisibilizadas.
No dia 20 de fevereiro, pelas 11h, o LIFE Seminars contará com a participação de Sveva Magaraggia, University of Milano-Bicocca (Itália).
Aim of this seminar is to share methodological reflections and some preliminary analysis of the 5 years long qualitative longitudinal research “ITA.LI – Italian Lives”. The research, directed by Carmen Leccardi, Sveva Magaraggia and Ilenya Camozzi, is promoted by the Department of Sociology and Social Research of the University of Milano-Bicocca and aims at offering an analysis of the life trajectories of young men and women in the context of the contemporary transition to adulthood and its transformations.
How can we study the ways in which young men and women deal with transitions that are increasingly not only time-delayed, but in a sense suspended?
Short-bio
Sveva Magaraggia, Associate Professor at the University of Milan-Bicocca (Department of Sociology and Social Sciences), holds an MA in Women’s Studies & Research Training (University of Lancaster UK – 2004) and a PhD in Applied Sociology and Research Methods (University of Milan-Bicocca – 2008).
Currently she is part of the Inter-University Centre for Gender Studies “Culture di Genere”, University of Milan-Bicocca. In 2015 she was awarded with a DAAD Scholarship and conducted research in Frankfurt, Germany, on “gender relations and parenthood”. Same theme was researched in 2012 in Sydney, Australia, where she was awarded with the “Endeavour Research Fellowship” (Australian Department of Education, Employment and Workplace Relations).
No dia 7 de fevereiro, pelas 11h, o LIFE Seminars contará com a participação de Magdalena Żadkowska, University of Gdańsk (Polónia).
Families grow and decrease in size and adjust to new situations during the life cycle. One of the most significant changes that lead to a reconfiguration of familial roles and interactions is the process of emptying the nest, i.e., the time when adult children leave the family home. While many psychological studies have investigated this period of a family life cycle (Duvall 1971, Feeney, Peterson & Noller 1994, Liberska 2014), sociological studies of this phenomenon are less common. A large body of literature has analysed whether the empty nest phase results in increased or decreased psychological well-being, particularly in the context of role-strain and role-loss theory (Bouchard 2014).
No dia 26 de janeiro, pelas 11h, o LIFE Seminars contará com a participação de Radosław Kossakowski, Professor no Departamento de Ciências Sociais da Universidade de Gdansk (Polónia).
The session will focus on qualitative research on female football players in Poland: perspectives on female football players’ careers will be presented, using the conceptual framework of the life course perspective and data from individual in-depth interviews. The specific dimensions that influence female footballers’ careers will be highlighted in this context. These dimensions are individual, social, cultural and structural. The former will concern narratives about the lives of female footballers, their personal experiences of being a footballer, and testimonies about their path and passion for the sport. The second will deal with the relationships and interactions that operate within the field of women’s football, as well as in the family environment of the subjects. In this context, the role conflicts faced by the respondents will be identified. The cultural dimension will be concerned with the values and norms that influence the development of women’s football in Poland.
No dia 24 de janeiro, pelas 11h, o LIFE Seminars contará com a participação de Raúl Álvarez Pérez, Professor na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Pablo de Olavide (Sevilha-Espanha).
Estudos recentes mostram que a aguda recessão económica sofrida no Sul da Europa acentuou a insatisfação dos cidadãos com o funcionamento da democracia e a desconfiança em relação às suas principais instituições (Torcal, 2014; Muro e Vidal, 2017). Outros estudos mostram que o apoio à democracia também aumentou ao mesmo tempo (Cordero e Simón, 2016). Do mesmo modo, os dados fornecidos pelas diferentes vagas do Inquérito Social Europeu (ESS) indicam que, neste contexto, tanto o interesse pela política como o envolvimento dos cidadãos através de várias actividades políticas não institucionalizadas têm aumentado. Por exemplo, de acordo com dados da ESS, a percentagem de pessoas interessadas na política duplicou entre 2002 e 2012 (para cerca de 40%).
No dia 10 de janeiro, pelas 11h, o LIFE Seminars contará com a participação de Mariana Mello Souto Maior, doutoranda em sociologia no OpenSoc, no ICS-ULisboa.
Esta tese pretende compreender os processos de construção e desconstrução de gênero nas interações cotidianas, práticas e discursos protagonizados por jovens adolescentes do ensino secundário, em contexto escolar. A investigação é norteada pela pergunta de partida: quais são os processos pelos quais os/as jovens do ensino secundário constroem identidades de gênero, face à maior pluralidade de conjugações identitárias passíveis de serem exploradas na contemporaneidade no contexto português. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, com recurso à triangulação das técnicas de observação, grupos focais e entrevistas individuais e análise da produção discursiva discente em três escolas públicas de ensino secundário de Lisboa, envolvendo estudantes do 10º ao 12º ano de escolaridade.
No dia 15 de novembro, pelas 11h, o LIFE Seminars contará com a participação de Maria Pereira, da Universidade Federal Fluminense (PPG-Educacao) e doutoranda visitante no ICS-ULisboa.
A pesquisa problematiza o lugar da arte entre jovens de camadas populares do estado do Rio de Janeiro, a partir de análise sociológica. Quais os sentidos atribuídos pelos sujeitos à expressão artística? O que os mobiliza a fazer arte? Interessa conhecer sobretudo em que medida a prática artística oferece suportes a esta juventude face a seus desafios comuns e às condições de acesso a arte.
Jose Nuno Matos é especialista em sociologia do trabalho e dos media e docente na Escola Superior de Comunicação do Instituto Politécnico de Lisboa (ESCS-IPL). Com um percurso de década e meia no ICS-UL onde integrou o grupo de investigação. LIFE, o José Nuno tem-se dedicado, entre outros, ao estudo das alterações introduzidas pela digitalização dos meios de comunicação social nas condições e no trabalho jornalístico. Recentemente juntou-se ao Instituto de Comunicação da Nova (ICNOVA). Fomos conversar com ele a propósito desta mudança e do seu percurso profissional e pessoal.
Entrevista realizada por Vasco Ramos, ICS-ULisboa.
Nos últimos anos tens investigado a crise do jornalismo. Fizeste-o sob diversos pontos de vista: abordando as metamorfoses do campo profissional; a proletarização e desprofissionalização da atividade jornalística; e as trajetórias profissionais de ex-jornalistas. Também tens relacionado estas dinâmicas om o fenómeno da desinformação e, em termos político-económicos, com o entrincheiramento do neoliberalismo nas relações sociais. Será difícil fazer um balanço. Mas, de tudo o que foste descobrindo, que aspetos te parecem socialmente mais relevantes?
Ao longo dos últimos dediquei a minha investigação ao estudo das condições de trabalho e de emprego dos jornalistas. Inclusive, procurei analisar este tema a partir de uma perspetiva histórica, com o objetivo de compreender o quão abruptas foram as mudanças verificadas neste campo. Embora o jornalismo nunca tenha sido propriamente uma profissão muito bem remunerada (ao ponto de não ser considerada uma profissão, mas sim uma semi-profissão) não esperava encontrar uma situação tão grave. Num estudo que foi realizado pela Rede Interuniversitária de Estudos sobre Jornalistas, na qual participei, e que envolveu um inquérito, verificou-se a existência de mais de 50% dos jornalistas sob contratos precários e a auferir de um salário igual ou inferior aos 1000 euros. Por outro lado, nas entrevistas que realizei a ex-jornalistas de várias idades foi interessante constatar que a grande parte escolhia a profissão sem grandes ilusões. Sabiam, à partida, que não iam ingressar numa “grande carreira”, pelo menos no que respeita à sua remuneração, mas optavam ainda assim por esta devido a uma vocação. E as motivações que conduziam ao abandono da profissão não se prendiam apenas com uma fuga ao desemprego e à precariedade, mas ao confronto com um tipo de trabalho cada vez mais estandardizado, repetitivo e exercido a contrarrelógio.
Como é que surgiu esta oportunidade de ires para a FCSH? Qual o departamento ou unidade de investigação que vais integrar
Vou integrar o ICNOVA. Trata-se de um centro com uma atividade bastante dinâmica e com um grande número de investigadores a desenvolver trabalhos relevantes nas áreas dos media e jornalismo, com os quais espero vir a colaborar.